Pavilhão do Brasil na Exposição Universal de Sevilha, 1991

Concurso

 

Arquitetura: Anne Marie Sumner
Equipe: Denise Xavier de Mendonça, Francisco Leopoldo Soares, Monica Palma Cappa, Rejane Beçak, Sophia da Silva Telles,Rogério Duarte Neves, Silvia Taeko Tanaka, Thomaz Montefort Diederichsen, Yara L. Goulart
Paisagista: Sakae Ishii
Artista Plástico: José Resende
Estrutura: Eng. Antonio Pinto Rodrigues

 

Memorial:

O tema do Pavilhão Brasileiro é o Brasil. A pergunta que se coloca é qual Brasil.
O território é extenso, o Brasil é urbano. Somos reflorestamento e mata natural, traçado cartesiano e mancha pictórica. O projeto para o Pavilhão marca a vertical.
No térreo o solo é liberado essencialmente na direção longitudinal pela posição das lâminas violeta e pela rampa engastada na empena prateada de 40m (argamassa com mica e limália), contrapondo-se à locação frontal do lote. A escultura estendida no chão acentua essa ambiguidade entre a frontalidade do projeto e o percurso lateral.
A rampa sobe até o 2º pavimento, vaza uma altura de 10m e desloca o volume da estrutura. Desse percurso em sombra, chega-se ao salão de exposições, uma caixa infletida a 5° em relação à linha de iluminação ortogonal (zenital lateral), que resgata para o interior o ligeiro translado exterior dos volumes e faz com que o olho oscile para cima e para baixo, entre este retângulo de luz e o piso de mármore preto florido com seus enormes veios brancos.
No 3º pavimento, o restaurante se desenha como um espaço linha, movimentado por atletas que são ora as lâminas violeta, ora as velas brancas, requadros de dacron que filtram a luz para dentro, embora o restaurante seja aparentemente todo fechado. O piso de mármore branco apicoado, interna e externamente, acentua a difusão da luz que abre um espaço claro e leve.
O espelho d’água na laje de cobertura dissolve finalmente o objeto, ao refletir inversamente as lâminas que agora voltam ao solo.