Concurso Habitar com o Ambiente: Parque Ecológico Guarapiranga, SP, 1994
Arquitetura: Anne Marie Sumner
Equipe: Denise Xavier de Mendonça, Franciso Leopoldo Soares, Sophia da Silva Telles, Sakae Ishii, Carlos Alberto Monteiro de Andrade, Richard Sumner, Marcia Guilherme
Memorial:
O Parque do Guarapiranga é urbano por definição. O que se pergunta é se deve ser uma reserva natural ou um parque de diversões. Nem uma coisa nem outra. A intervenção humana não é necessariamente devastadora;
A ação humana não constrói, necessariamente, equipamentos;
A arquitetura é que cria a faz ver uma paisagem;
O partido torna a diversidade das situações existentes – alagado, relevo suave descampado, encosta, mata densa e água – e o projeto desenha o percurso do olho. As intervenções no parque são o próprio parque.
Não se trata, portanto de um projeto paisagístico que recebe as edificações como coisas opostas. Ao contrário, os usos destas edificações são o parque, na sua dimensão mais plena, porque fazem ver a paisagem e são a própria paisagem.
- Várzea Inundada: anéis flutuantes de 5m de largura, 60m de diâmetro e espessura mínima – evidenciam a cota rasante da água.
- Represa: trapiches flutuantes de 20m de largura por até 300 de comprimento – é a dimensão urbana na água.
- Escarpas: edificações-lâmina de um pavimento e comprimento variável entre 50 e 260m – desenham um limite horizontal sobre a encosta vertical.
- Açudes: planos d’água no relevo acidentado, abrem clareiras na vegetação densa – trazem a água para a cota mais alta.
- Campo: cunhas de 15m de largura por 30 de comprimento que encontram em movimento ascendente as curvas de nível – fazem ver a conformação natural do relevo.