Chamamento Público – Arco Tietê: Águas Urbanas, São Paulo, SP, 2013

Arquiteta Convidada no Consórcio Candido Malta/FCTH-Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Engs Luiz Orsini, Ana Paula Brittes, Orlando Natale).

Equipe: Arqs. Andrea Conard, Uriel Bianchini Cardoso, Juliana Pellegrini e Gilberto Mariano Tenorio,
Arquitetura: Anne Marie Sumner

Participamos do Consórcio Candido Malta/FCTH- Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo na condição de Arquitetos convidados tendo apresentado os Projetos de Águas Urbanas para a área do Arco Tietê, um chamamento público promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de São Paulo, em área de 60km2 envolvendo as 2 margens do Rio Tietê na extensão entre a Ponte do Tatuapé e o Cebolão/Complexo Viário Heróis de 1932. Foram apresentados os projetos para um Canal de Circuvalação a norte do rio na cota 730m; 4 Deltas, retenções que ligam os principais córregos a jusante e 3 amostragens de Canais Locais. Associados a estes foram também apresentados projetos realizados anteriormente sob nossa coordenação como a Ligação Leste-Oeste de São Paulo de 2006 (Autores: Arqs. Anne Marie Sumner, Vera Santana Luz, Hector Vigliecca, Tito Livio Frascino e Flavio Marcondes-Consultores Eng. Renato Zucculo (Águas), Eng. Claudio Macedo(Transportes) e agrimensor Irineu Idoeta (zoneamento) e o Projeto de Piscinas Públicas para o Córrego do Guaraú/Cabuçú de Baixo como exemplificação de abordagem dos córregos à montante do Rio Tietê.

O substrato para as várias proposições é a da articulação urbana numa morfologia de planície e sopé de serra, envolvendo a infraestrutura das águas urbanas tendo em vista uma abordagem ética técnica e estética para uma São Paulo mais aprazível. Tratando-se da maior área de várzea de São Paulo e dado o problema crônico das enchentes e inundações recorrentes de São Paulo devido à enorme impermeabilização da várzea, são propostos projetos de grande envergadura envolvendo o manejo das águas urbanas.

As intervenções propostas se desdobram em várias escalas de abrangência e foram concebidas como constitutivas de um grande projeto, podendo ter suas implantações consumadas de forma independente. São elas:

O Canal de Circunvalação – um canal largo e aberto, na escala do pedestre, bordejante dos primeiros indícios do sopé da Cantareira que estrutura-se como parque fluvial numa sequência de deltas artificiais. A ideia é receber águas das bacias dos afluentes do Tietê antes de sua foz, a fim de aliviá-lo. Cabuçú de Baixo, Mandaqui e Carandirú, entre todos os demais, são retidos e escoados lentamente após as chuvas até o rio principal. Naturalmente, procedimentos técnicos como barragens móveis, caixas de areia e filtragem deverão ser dimensionadas caso a caso considerando vazões, cargas difusas e sedimentos.

Os Deltas – são alargamentos dos rios unindo-os entre si; foram propostos como auxiliares do canal de circunvalação, sobretudo como lagoas de retenção e tratamento. Podem ser implementados em concomitância ou em tempos diferentes, sem que ocorram conflitos.

Os Canais Locais – A terceira proposta se configura em menores proporções e à jusante das primeiras, ou seja, são intervenções mais próximas ao Rio Tietê. São canais transversais aos afluentes deste, possuidores de medidas reduzidas e implantados nos leitos carroçáveis, que funcionarão também como canais de filtragem e retenção. São amostragens passíveis de repetição sempre que possível