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Mar de Morros – Bienal de São Paulo, 2001

Arquitetura: Anne Marie Sumner

Equipe: Carolina Moggi, Flavio Tuma

Estrutura: Pedro Telecki

Fotografia: Felipe Hellmeister

 

Publicação: Rede de tensão Bienal 50 anos, maio a julho de 2001. São Paulo, SP, catálogo da exposição no pavilhão da Bienal.

 

Por ocasião da comemoração dos 50 anos da Bienal de São Paulo foram apresentados os trabalhos de 34 (entre grupos e indivíduos) artistas, arquitetos e designers. O Mar de Morros é uma topografia e basicamente uma reflexão sobre a paisagem e o território.

Desenvolvido com sarrafos de madeira contou com um comprimento de aproximadamente 35 m, largura variável, de 5m a 70 cm e uma altura, também variável que chega no seu ponto mais alto a 1,5m.

Nesta metrópole de invisibilidade e congestão, a ideia é que a cidade seja apreendida e percebida como lugar geográfico e que as questões infra estruturais, sempre que obras espaciais articuladas à arquitetura e de uso público, sejam pensadas junto com a topografia e suas visadas: além da infra estrutura, vital a percepção da paisagem.

Ligação Leste-Oeste de São Paulo: apresentado para o Prêmio Prestes Maia, 2006

Autores: Arqs. Anne Marie Sumner, Vera Santana Luz, Hector Vigliecca, Tito Lívio Frascino, Flávio Marcondes

Consultores: Eng. Renato Zuccolo (águas), Eng. Cláudio Macedo/SISTRAN (transportes), Agrimensor Irineu Idoeta (zoneamento/aerofotogrametria)

Interlocutores: Arqs. José Paulo de Bem, Angélica Alvim, Luiz Guilherme R. de Castro

Equipe:Arqs. Ronald Werner Fiedler, Gabriel Farias, Pablo Rosenberg e Carla Fonseca, Daniela Pochetto, Juliana Kayakama, Lina Idoeta, João Paulo Payar, Luciana Benfati, Rafael Brich, Miguel Muralha, Sérgio Zancopé Jr, André Villas Boas, Roberto Ferri

Fotografia: Arq. Chien Chia Chin

 

Agradecimentos: Profa. Dra Nadia Somekh (Diretora da FAU-Mackenzie à época da constituição do EEP) Prof. Carlos Alonso, Arq. Abílio Guerra, Sr. Fernando Alves, Emílio H. Rohr, Paulo Peredo, Arq. Mirtes Luciani, Eng. Ivan Idoeta, Alessandra Mak.

 

Memorial:

A ideia de constituição de um Escritório Experimental de Projetos na FAUMACK era tributária da interface entre Universidade e Sociedade instância na qual a Universidade, campo de excelência da produção e invenção do conhecimento, propõe ações de potencialização das relações em sociedade, no nosso caso na esfera das cidades e seus equipamentos. A constituição do EEP-FAUMACK, portanto apresentava-se como consequência natural, sobretudo no momento em que o Mackenzie iniciava o seu processo de constituição plena como Universidade latu sensu.

As entrevistas e colóquios publicados faziam parte do processo de reflexão para a estruturação deste Escritório e o projeto para o Prêmio Prestes Maia 2006 foi a primeira ação efetiva do mesmo.

A ideia do Projeto é a de uma dupla reposição, da história e da geografia, associada à resolução dos fluxos da ligação leste-oeste de São Paulo consequente ao desmonte do Elevado Costa e Silva, o minhocão.

 

A Expressa de Autos

 

Outrora as antigas linhas ferroviárias Central do Brasil, Sorocaba e Santos-Jundiaí corriam passando por São Paulo no mesmo leito com largura considerável justamente para comportar predominantemente o fluxo de carga. Dado que este leito está hoje subutilizado, propomos que tal leito abarque, além dos trens de passageiros, um binário expresso de autos e ônibus.

Esta expressa, em substituição à atual Radial Leste (Radial esta que permanecerá no seu leito, mas não no seu fluxo, diminuído em 60%) bifurca da Radial a partir da Estação Belém e ao longo dos trilhos segue até o Páteo da Lapa.

 

O Canal e os Lagos

 

Propomos ainda, lindeiro aos trilhos, um canal articulado com alguns lagos – no antigo Porto de Areia – e córregos destampados sempre que possível, que funcionaria como reserva-dreno das águas que vem do espigão. A ideia é que este canal freie a velocidade das águas, reservando-as em lagos e canais articulados e finalmente, lentamente desague-os no Tietê. A península resultante inicia-se na foz do Tamanduateí, extende-se até a Lapa e é ladeada pelo Rio Tietê. Esta península deverá tornar-se uma área de excelência urbana não só pela diversidade de usos e grande oferta infraestrutural, mas também pela nova paisagem criada pelas águas.

Iluminação São Paulo, 1995

Arquitetura: Anne Marie Sumner

Equipe: Arqs. Luciana Flores Martins, André Aaltonen

Fotografia: Roberto Seton, Ioran Fingerman

Assessoria Técnica: Cia de Iluminação/Carlos Bertolucci

Cálculo Estrutural: Heloisa Maringoni

 

Convidados a pensar uma iluminação pública natalina em 52 pontos em São Paulo entendemos que parte considerável de tal iluminação é realizada pelos logistas e deste modo escolhemos apenas 5 áreas da cidade que consideramos emblemáticas: Av. Paulista, Av. São Luiz, Av. Henrique Schaumann, Av. Faria Lima e Anhangabaú.

Av. Paulista-300 anéis de luz suspensos por um cabeamento pênsil entre os postes de iluminação existentes no canteiro central ao longo dos 2.300m da avenida. Os anéis tinham diâmetro externo de 2m, interno de 1,25m (lona plástica e tela soldada) espaçamento de 7,5m.

Av. Henrique Schaumann-3 grandes lâminas horizontais de 100mde comprimento por7,5m de largura em 3 níveis distintos evidenciando a variação topográfica de 12m da avenida.

São Luiz- 45 agulhas de luz (tela soldada), percorrendo o boulevard na escala do pedestre e atravessando para a Praça da Biblioteca

Av.Faria Lima- Percurso helicoidal de 3 linhas de luz envolvendo tubo de tela soldada, diâmetro 2m, de 1300m ao longo da avenida. A fixação é análoga à da Av. Paulista.

Estação Utinga e Passarela de Ligação à Universidade do ABC, Santo André, 1999

Arquitetura: Anne Marie Sumner

Equipe: Arq. Rodrigo Queiroz, Carolina Moggi, Marina Leiva

Projeto realizado visando potencializar o transporte sobre trilhos articulando a nova estação Utinga à Universidade Federal do ABC.

Estação Engenheiro Goulart e Passarela de Ligação ao Parque Ecológico do Tietê, São Paulo, 2001 / Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, 2003

Arquitetura: Anne Marie Sumner

Equipe: Arqs. José Paulo Gonçalves, Renato Dalla Marta, Carolina Moggi, Reginaldo Okusako, Richard Kanno, Marina Leiva

Estrutura: Engs. Aloísio Margarido, Jorge Zaven Kurdjian

 

A estação Engenheiro Goulart situa-se na linha Variante Leste da CPTM, que carreia parte do fluxo da região leste da metrópole ao centro de São Paulo e vice-versa. A linha corre paralela à Rodovia Ayrton Senna, por sua vez limítrofe ao Parque Ecológico do Tietê, distante 400m da estação Eng. Goulart, a mais próxima ao Parque. O Parque, sub-utilizado, conta atualmente com um fluxo de 15.000 usuários nos fins de semana e não tem ligação com a estação. Parece pertinente potencializar esta ligação, seja do ponto de vista do parque que teria sua utilização maximizada devido à conexão a um transporte coletivo de grande capacidade, seja por propiciar um acesso apropriado à população lindeira e adjacente assim como à mais distante. A passarela é uma ligação pública entre situações distintas: a árida cidade periférica do Cangaíba, mar de morros, com sua ocupação de casario baixo de um lado, e o Parque arborizado e lindeiro ao rio de outro.

Edificios para Ocupação de Encostas, São Paulo, SP 2010

Estudo realizado com o intuito de ampliar hipóteses para ocupações de encostas contra a curva de nível. Neste estudo os acessos aos edifícios, dão-se sempre diretamente a partir da rua o que permite em todas as situações uma apreensão desimpedida da paisagem: o desenvolvimento dos pavimentos dá-se tanto para cima quanto para baixo.

 

Arquitetura: Anne Marie Sumner

Equipe: Arqs. Jorge Felix, Pedro Teleki(estrutura), Roberto Inaba (Cosipa), Engs. Humberto Bellei (Cosipa), Valdir Pignatta (combate a incêndio)

Concurso Nacional FDE, São Paulo, SP, 1998

Prêmio: 4. lugar

 

Arquitetura: Anne Marie Sumner

Equipe: Arqs. Rodrigo Queiróz, Maurício Montel, Leo Soares, Cláudio Reuss

 

Cálculo Estrutural: Pedro Telecki, Georg Troiko

 

Dado o caráter emergencial e a escala de implantação de 600 escolas no Estado de São Paulo, o projeto foi pensado para a produção em série. Tínhamos que supor terrenos planos e em declive, no campo e na cidade, a escola mínima e a máxima. Dentro da gama de variáveis desenvolvemos 3 alternativas.

Todas tinham 3 corpos móveis articulados pela circulação vertical: estão no chão as áreas administrativas e de esportes e, no ar, as pedagógicas, extensíveis e comprimíveis

A idéia do projeto é a da máxima liberação do solo o que significa a possibilidade de implantação em qualquer topografia. Nos terrenos planos a ocupação é naturalmente contínua; nos declives e aclives surgem arquibancadas naturais, espaços de estar. O movimento de terra praticamente inexiste.

Concurso CDHU Itatiba, SP, 1994

Arquitetura: Anne Marie Sumner

Equipe: Arqs.Denise Xavier de Mendonça, Francisco Leopoldo Soares, Monica Palma Cappa, Rejane Beçak e Rogério Duarte Neves, Silvia Taeko Tanaca, Thomaz Montefort Diederichsen, Yara L. Goulart

Cálculo Estrutural: Pedro Telecki

 

 

O projeto foi apresentado para o Concurso Nacional do CDHU em Itatiba e tinha como programa geral habitação de interesse social associado a equipamentos de serviço, comércio e institucionais.

Dada a topografia de grandes declividades, o partido do projeto foi o da implantação dos edifícios contra a curva de nível o que possibilitava a extensão do sistema viário numa sequencia de praças constituídas pelas lajes de acesso. A execução da obra se daria através de um processo de montagem de grandes treliças em aço de 30 m de comprimento.

Concurso CDHU Campos de Jordão, SP, 2010

Prêmio: Menção Honrosa

 

Arquitetura: Anne Marie Sumner

Equipe: Arq. Jorge Felix, Arq. Renato Sordi, Arq. André Aaltonen

Consultores: Arqs. Pedro Teleki, Roberto Inaba (Cosipa), Humberto Bellei (Cosipa), Valdir Pignatta (combate a incêndio)

 

 

 

O projeto desenvolvido para habitação de interesse social, volta-se para a ocupação de encostas em geral por se desenvolver contra a curva de nível. Os edifícios pouco tocam o solo, como que flutuam no ar e permitem uma extraordinária apreensão da paisagem.

A conexão entre as várias lajes/terraço possibilita a circulação contínua nos vários níveis e entre todos os edifícios o que aproxima a comunidade, reiterando e facilitando a sua natural solidariedade.

 

Do ponto de vista da obra as grandes treliças estruturais em aço articuladas com lajes e paineis de fechamento pré fabricadas permitem a montagem mais ágil no local:  elimina cimbramentos e movimentos de terra.

Reurbanização da Área do Carandiru: Concurso Nacional de Plano Diretor, São Paulo, SP, 1999

Arquitetura: Anne Marie Sumner

Equipe: Arqs. Luciana Flores Martins, Rodrigo Queiróz, Leo Soares e Luis Henrique Guerra, Eduardo Martins,Mauricio Montel, Fabio Mendes, Suleir, Lair Reis

 

Consultores: Arq. Raquel Rolnik, Agronomo Alexandre Tavares, Arq.Paulo Giaquinto(legislação), Eng. Lavrador, Marco Ferretti (Águas)

 

 

Partimos da situação geográfica existente – a várzea do Rio, terreno plano, alagadiço e da caracterização da área como de uso metropolitano. O Projeto se estruturou na articulação desta situação com a criação de uma nova paisagem tendo como baliza principal o sistema de águas:

– as Raias que, ao mesmo tempo que drenam o Parque, criam extensos espelhos d’água micro climáticos;

– o Morrote artificial construído com entulho das edificações a demolir cria, na planície, uma topografia de onde desponta o Centro de Espetáculos e Hotel. Ao mesmo tempo anula a força contrária do lençol freático raso que age sob o estacionamento em subsolos

 

A Área na Cidade

 

O caráter metropolitano da área é dado pela sua localização, sistema de transportes e acessos e principalmente pela sua escala em situação tão central.

A proximidade do centro da cidade, das saídas pelas marginais, da fácil conexão ao Aeroporto Internacional de Cumbica, Terminal Rodoviário Tietê, do Campo de Marte, futuro aeroporto executivo, das estações de metrô Carandiru e Santana à porta, da ligação do Rio Carajás com o Rio Tietê, evidencia uma grande acessibilidade à área pelos meios de transportes mais diversos.

Associado à este quadro, a área com entorno predominantemente residencial, está ao lado dos 2 únicos locais destinados a grandes exposições nacionais e internacionais: o Anhembi e o Expo Center Norte.

Considerando a grande dinâmica que a atividade de feiras e exposições tem demonstrado, bem como as perspectivas de crescimento do setor diante da terceirização da metrópole e sua inserção como uma das megacidades comerciais do continente, a localização da área é estratégica para este crescimento.

 

Os Usos

Os usos estariam estruturados num tripé Escola profissionalizante, Centro de Espetáculos e Centro de Exposições, articulados espacialmente pelo Parque. Estes usos seriam alimentados por programas–escola que caracterizariam o local como uma área de excelência profissional e educacional. Tais programas seriam restaurantes que atenderiam os diferentes públicos e um Hotel 5 estrelas com Teleporto que serviria além do Centro de Exposições proposto, ao Anhembi e Expo Center Norte.

A diversidade do programa garantiria a desejada vitalidade da área durante o dia e a noite e a sua viabilidade econômica, respeitando a legislação, se daria através de parcerias com empresas do tipo SENAC, SENAI, SESC e SESI além de outras.

Um uso socialmente heterogêneo e que considera as diferentes escalas(local, urbana e metropolitana) permite que grandes equipamentos, como centros de exposições, possam ter um impacto positivo não apenas do ponto de vista econômico, mas também na melhoria da qualidade urbanística de seu entorno.